domingo, 24 de janeiro de 2010

Meu sobrinho Felipe



Ontem estava voltando da praia de carona com minha irmã Didi e meu cunhado Eduardo. Marco e eu fomos passar um dia em Tramandaí com minha mãe e a famila do seu namorado, Zildo.
De Tramandaí até Porto Alegre uma hora e meia de viagem, talvez um pouco menos.
Sentamos no banco de trás e entre nós meu sobrinho de 6 anos, Felipe.


Juro que fazia tempo não me divertia tanto. Durante praticamente toda viagem estivemos diante de um "show-boy" para comediante algum colocar defeito. A fala dele vinha rápida e sagaz, comentários e "histórias" se misturavam a um humor inocentemente infantil que por vezes nos deixava sem chão, sem teto, sem saber como replicar. Tudo muito ligeiro, autêntico, ele dizia que seu cérebro lhe falava coisas e que ele simplesmente reproduzia, falava das "pintas cabeludas" de alguns membros da familia (sorry, mas não vou citar nomes para não criar constrangimentos), um monólogo que parecia ser ensaiado e talvez se fosse não seria tão bom.




As frases vertiam de dentro dele. Pediu a carteira à mãe, contava o dinheiro, diz que quer ser rico. Insistiu em fazer negócios com o Marco, queria porque queria marcar encontro para hoje, para comprar uma casa e depois alugar. Na carteira tem 25 dólares que ganhou e não gasta pois "adoro guardar dinheiro", na palavras dele...Será que é herdeiro do vô Saul e sangue do meu sangue? Quando pequena, também eu gostava de guardar moedinhas, seduzida pela ideia de um dia ser tão rica quanto Tio Patinhas.

Felipe não cansa, canta. Canta em inglês, acompanha com desenvoltura as palavras da canção.Os adultos riem, mas ele não. Ele está cantando e apenas isso, o momento dedicado de corpo e alma para aquela ação.

As crianças tem tanto a nos ensinar...

Fico pensando nessa energia que parece sem fim, que cansa pais e afins mas que tem tanta riqueza, tanta expressão. Como canalizar, como ensinar sem castrar, como estimular esse espírito tão vivo e sedento em direção saudável e bacana, para que se torne um adulto menos neurótico e mais feliz?

E em contrapartida, como resgatar em nós essa alegria e espontaneidade?



Felipe me lembrou o personagem das tiras em quadrinhos Calvin. Até a mesma idade eles têm.
Sou fã de Calvin há muitos anos e ontem, me tornei uma tia-fã declarada, com vontade de maior tempo de convivência, para acompanhar de perto o andar desta pequena-grande figuraça, meu sobrinho Felipe!

2 comentários:

Unknown disse...

Mais uma coincidencia em nossas vidas. Ontem passei o dia aqui emcasa com o meu felipinho.Minha forma de cuidar e criar crianças e fazer eles fazerem parte da minha vida integralmente. E nos dois furamos paredes,( ele aprendeu rapidamente a diferenciar uma bucha 6 mm2 de uma 8). Lavamos carro , molhamos grama , plantamos ,pintamos... A melhor parte é que embora ele tenha 3 anos, os comentarios dele sempre me ensinam mais do que eu acho que estou ensinando pra ele...

Unknown disse...

Adorei o texto, fiquei até emocionada e quem sabe me torne uma seguidora????? Hehehehehe...
Bjs