sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A Origem do Presépio de Natal



Estava eu assistindo TV quando apareceu uma matéria sobre uma exposição em Passo Fundo - RS -  de presépios em miniatura. A colecionadora falou um pouco sobre a origem do presépio e foi aí que descobri que foi justamente o meu santo favorito que iniciou essa tradição tão bonita que mexe muito com as minhas memórias de infância (sim, eu sou povoada de memórias, elas transbordam dentro de mim). O santo a que me refiro é Francisco de Assis. Minha relação com ele começou no hospital que leva o seu nome, há alguns anos, quando o meu pai retirou um tumor e causou muita preocupação e sofrimento a mim e a toda familia. Para suportar a dor, recorri à fé com uma força incrível e descobri que apesar do momento dificil, eu amava a vida e acreditava nela. Mas foi num momento de tristeza que me deparei no hospital com uma estátua de Francisco e parada diante dela, rezei e fiz uma promessa pela recuperação do meu pai, que hoje está na praia com sua esposa, feliz e saudável. Depois disso, fui atrás da biografia deste homem que abdicou de uma vida de riqueza para se tornar defensor dos animais e da vida simples e generosa, que Jesus tanto pregou.
Quando em 2007 enfrentei uma batalha pela guarda da minha gatinha Minnie, novamente recorri a ele, que tanto amava todos os tipos de vida. E ele mais uma vez me atendeu. Minnie está comigo já há 4 Natais e só me traz alegrias, me ensinando diariamente como homens e animais tem a aprender um com o outro e como é sincero o amor que é construído nesta relação!


Pois bem, foi Francisco de Assis, que em 1223, montou o primeiro presépio em argila na floresta de Greccio, na região de Lacio, na Itália. Sua ideia era explicar às pessoas mais simples o nascimento do menino Jesus.
Foi a partir do século XVIII, entretanto, que a tradição se espalhou pela Europa e em seguida por todo o mundo.
As peças do presépio são as seguintes:
- Menino Jesus (filho de Deus e o Salvador)
- Virgem Maria (mãe de Jesus Cristo)
- José (pai de Jesus Cristo)
- Manjedoura com palhas em um curral (local onde nasceu Jesus)
- Burro e Boi ou ovelhas (animais do curral, representam a simplicidade do local onde Jesus nasceu)
- Anjos (responsáveis por anunciar a chegada de Jesus)
- Estrela de Belém (orientou os reis Magos quando Jesus nasceu)
- Pastores (representam a simplicidade das pessoas do local em que Jesus nasceu)
- Reis Magos (Melquior, Baltazar e Gaspar)


Ah! Esqueci de comentar que quando pequena, participei duas vezes do presépio vivo que a igreja São Manoel montava todo Natal. Na primeira vez, fui a Estrela que guiava os 3 Reis Magos e fui a sensação da noite (modéstia a parte) e na segunda vez, me promoveram à mãe do menino Jesus, mas por algum motivo que não consigo identificar, minha performance não foi das mais marcantes.

Vai ver nasci para ser estrela mesmo! uauauau

Feliz Natal!

fontes:
            http://imagenseriscosdenatal.blogspot.com/2008/11/origem-do-prespio-de-natal.html
            http://www.suapesquisa.com/natal/presepio_natal.htm

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Lembranças Natalinas



Quando eu era criança, acreditava em Papai Noel com todas as minhas forças. O Natal era sempre na casa da minha vó materna, a vó Wanda, que morava num apartamento térreo na rua Fabrício Pilar, descendo a Cel. Bordini. Todos os anos, eu preparava alguma apresentação de dança com a minha irmã Didi e nós a fazíamos durante a noite. Tinha música, figurino, concepção, coreografia, tudo. Teve uma em especial que causou muitas risadas. Eu fazia uma simples dona de casa preocupada em ajeitar o seu lar para receber a amiga fina e dondoca (minha irmã), que chegava de repente, toda arrumadésima, com cara de nojenta enquanto a amiga pobre se desdobrava para agradá-la. Foi um sucesso!
Lá pelas tantas, depois da parte artística, ouviamos uma batida forte na porta do pátio da varanda. Minha irmã e eu ficávamos muito assustadas e corríamos para o quarto da vó gritando muito.Mas é claro, que a curiosidade era maior e nos enchendo de coragem íamos até a porta e........ uauauauauauaua. Sacos e mais sacos cheios de presentes.... O pai apontava para o céu e perguntava se estávamos conseguindo enxergar a "pontinha do trenó do papai noel" e nós, cheias de razão, gritávamos: "sim, sim, pai, a gente tá vendo!"
E assim foram vários Natais. Até que meu avô morreu, meu tio se mudou para Florianopolis, meus pais se separaram, minha vó se deprimiu e a gente cresceu.
Gosto de Natal. Gosto de pensar no que ele de fato representa, o nascimento do menino Jesus. Pensar nas lições que o homem Jesus nos deixou. Refletir de verdade sobre a humanidade, sobre a minha humanidade e sobre a minha familia. Talvez no dia em que as familias consigam se unir em torno de uma arvore de Natal, esquecendo mágoas, buscando o entendimento, bom, talvez nesse dia o mundo consiga a pensar um pouco mais em ter Paz. Estado de Paz.
Sinto uma certa melancolia, mas também alegria por ter lindas memórias.
Feliz Natal, vó Wanda, vô Alfonso, Tio Alexis, Cai e a todos que aqui estiveram, estão e estarão um dia!

Amén

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dawn of an age



12:04 - 08 de dezembro de 2009.
teoricamente ainda não nasci. o post será sem correções ou revisões, serã aquilo que for para ser nestes primeiros minutos da minha nova idade. Durante o dia, fiquei pensando no que sentia e no que escreveria, mas nada como o momento real e o vinho na cabeça e correndo pelas veias. Acabei de apagar uma velinha ao lado da Minnie, da Fifi e do Marco! São eles que hoje estão aqui ao meu lado! Agradeço por isso! Poderia estar sozinha e acho que também estaria agradecendo pois a solidão nem sempre me assusta. mas é bom estar acompanhada. Quando nasci era ainda ditadura. Eu não lembro. Na verdade, começo a me perceber viva no meu aniversário de 3 anos que é quando nasce a minha irmã Didi e meu pai me arruma para ir no hospital visitá-la. Desde então, tive na minha irmã um "reminder" que não estamos sozinhos e que é preciso aprender a dividir. na real, é preciso aprender uma montanha de coisas. Fazer 37 anos significa muito e ao mesmo tempo é esquisito, pois poderia ser qualquer idade, mas não é. Minha mãe ontem quando me deu meu presente me disse só uma palavra: "maturidade". Na hora, achei estranho, poxa, de tantas coisas que ela poderia me dizer... que sem graça, maturidade!
Mas talvez seja isso: talvez seja a hora mesmo de crescer... pausa.......
É.........
37 anos........
37 anos..............
fecho os olhos........ fico sem palavras........ é o momento..... é agora........
obrigada
obrigada
obrigada

sábado, 21 de novembro de 2009

Reflexões



“E nem escrever, não, não acho mais que seja trabalho. Durante muito tempo achei que era. Agora não acho mais. Acho que é um não-trabalho. É atingir o não trabalho. O texto, o equilíbrio do texto, é um espaço em si que é preciso reencontrar. Aqui não posso mais falar de uma economia, de uma forma, não, e sim de uma relação de forças. Não posso dizer mais que isso. É preciso dominar o que ocorre de repente. Lutar contra uma força que some e que somos obrigados a capturar sob pena de que ela se ultrapasse e se perca. Sob pena de aniquilar sua coerência desordenada e insubstituível. Não trabalhar é abrir esse vazio para deixar que venha o imprevisível, a evidência. Abandonar, depois retomar, voltar atrás, ficar inconsolável tanto por ter deixado quanto por ter abandonado. Desobstruir de si. E depois, às vezes, sim, escrever. Todos andamos atrás desses instantes em que nos retiramos de nós mesmos, desse anonimato para nós mesmos que trazemos em nós. Não sabemos, não temos noção de tudo aquilo que fazemos.
Escrever, antes de mais nada, é um testemunho dessa ignorância, daquilo que é possível acontecer enquanto estamos ali, sentados à chamada mesa de trabalho, daquilo que engendra aquele material, de estarmos sentados diante de uma mesa com as coisas necessárias para formar as letras sobre a página ainda intocada.”

                                                                       Marguerite Duras – Os Olhos Verdes  p.24

Embalada pela música de Richard Wagner, penso nas minhas inquietações e percebo que à medida que a minha vida passa, elas continuam me assolando tanto quanto nos anos em que mais jovem acreditava na conquista da felicidade sem qualquer resquício de dúvida.
Hoje compreendo um pouco melhor que não adianta tentar livrar-me destas inquietações, elas nasceram e morrerão dentro de mim, serão elas que segurarão a minha mão no momento final. Então, tento acreditar que a experiência começa a me ensinar a domá-las e compreendê-las, aceitá-las como minhas, como parte indissolúvel de mim, o alimento que ora me envenena, ora me alimenta e me faz sentir tão profundamente que não me resta saída senão... ser artista. Essa foi a escolha que fiz, quando nem mesmo sabia que fazia essa escolha. A inquietação de ser/estar viva num mundo que quase sempre me parece incompreensível levou-me ao movimento da dança e hoje me faz cada vez mais querer escrever, ler, aprender, mergulhar nas vidas e nas obras daqueles que me causam profundo sentimento de “intimidade”, uma espécie de diálogo entre habitantes deste mundo que buscam incessantemente um pouco de paz, sabendo no fundo que a paz é como pequenos oásis espalhados ao longo de nossa vida e que paz constante e permanente é uma utopia. Os sonhos da juventude queimaram na fogueira, são cinzas, espalhadas dentro e fora de mim e me pergunto como continuar caminhando pela minha história quando em cada sonho que tinha existe hoje uma espécie de vazio silencioso e desconfiado?
Entretanto, uma dúvida não me assola e é nela que me agarro com as unhas que nem tenho pois larguei o cigarro mas não consigo abandonar o hábito infantil de comer as unhas....... a certeza que a arte, hoje, é o meu tubo de oxigênio. É ela que dá conta das angústias e alivia, traz momentos de calma, no meio de tanta tempestade. Por isso tenho tido necessidade de ir atrás de Rilke, Gandhi, Che Guevara, Bachelard, Wagner, Duras, Rimbaud, Graham, Cézanne, Cecília Meireles, Rosa de Luxemburgo, Deleuze, etc etc.
Ou será que eles têm vindo atrás de mim?
Escolhemos um livro, uma música, uma dança, ou é ela que nos escolhe, nos agarra pela mão sem possibilidade de fuga? Quais os riscos de tais mergulhos? Quanto tempo se consegue ficar sem ar? Existe ar no fundo do mar? Sempre lembro uma das cenas finais do filme “O Piano”, de Jane Campion, quando a personagem principal vai para o fundo do mar amarrada ao seu piano, e lá fica, flutuando no silencio do oceano, entre o limiar da vida e da morte.
Acho que sim, acho que existe oxigênio em tais mergulhos, mas ele é diferente do que se respira cotidianamente e para isso é preciso estar devidamente preparado e saber que existe o preço, a conta vem e é alta, e para mim, ela às vezes toma face e corpo através de uma grande possibilidade de “solidão”. No fundo do mar estamos sós. No fundo, estamos sempre sós.
But how come I never really feel alone?
São as contradições, as ambivalências e as dicotomias que me tiram o sono muitas vezes… como posso me sentir tão solitária e ao mesmo tempo ter a vibrante sensação que acompanhada estou por pessoas e seres e fantasmas que compartilham deste mar?
Encontrei o texto de Duras no livro “Garimpando Memórias” e o reli diversas vezes. Embora ele se refira à escrita, pode perfeitamente falar do ato de criar, dançar, entrar em cena, estar em cena. “É abrir o vazio para que venha o imprevisível”, o que seria isso senão aquilo que fazemos num momento de criação? Capturar as forças que teimam em sumir, abandonar e depois retomar, dominar o que ocorre de repente e transformar tudo isso em algo que comunique, que seja verdadeiro, essencial, extremamente humano...
Gostei tanto do texto que fui atrás de Marguerite Duras. Para minha surpresa, sua vida foi bastante polêmica e contraditória, uma mulher que viveu intensamente as emoções da sua época. Dela, só conhecia o nome. Hoje conheço um pouco mais e mesmo assim é pouco, mas pouco é melhor que nada. E assim segue-se em diante, torcendo para que os “nadas” sejam preenchidos e novamente esvaziados, num vai e vem que me remete à onda do mar, o mar do silêncio e da riqueza, do infinito e do mistério, o mar que existia nos meus sonhos, os sonhos que se transformaram em bolhas, bolhas de sabão, coloridas e inquietas, assim como a minha alma e a música de Wagner.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Turista em Porto Alegre

No último sábado do mês de outubro de 2009, o Meme se embrenhou pelas ruas do bairro Cidade Baixa como parte da pesquisa que está fazendo para o seu novo trabalho, Acessos, que terá estréia no próximo dia 19/11 na casa da Lopo Gonçalves, 176, dentro da programação do Festival de Dança Mesa Verde (www.festivalmesaverde.com.br).

A caminhada histórica, orientada pelo arquiteto Paulo Cesa, incluia a visita ao Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo, antigo Solar Lopo Gonçalves, onde residia a familiaL opo Gonçalves, of course.
Para minha surpresa, em pleno sábado de feriado de finados, havia uma pequena multidão acompanhando o "city tour", que tinha a escolta de dois azuizinhos para ajudar aquele povo todo a atravessar a rua. O calor que vinha do sol e desprendia do asfalto dava a sensação de que poderíamos muito bem estar caminhando em direção às pirâmides do Egito! Mas não... Lá estávamos nós caminhando pela João Alfredo de câmera digital na mão e muitas novas imagens no olhar. Sim, porque não é todo dia que enxergamos a nossa cidade com olhos de turista, olhos que se dispõe a sair do olhar cotidiano e se permitem novas visões. É como estar um pouco do avesso, provoca um estranhamento gostoso, uma familiaridade que dá coceiras, remexe nas nossas pré-concepções de espaço /trajeto / ruas / caminhos.
Pela primeira vez, entrei no Pão dos Pobres (www.paodospobres.org.br), que surgiu em 1895 com o intuito de amparar viúvas e órfãos dos mais de 20.000 mortos dizimados pela Revolução Federalista, uma guerra entre gaúchos em lados opostos. Shame on me, eu não sabia de nada disso....

Como já haviamos pesquisado um pouco nos jornais antigos, não nos pegou de surpresa o fato de que as ruas da Cidade Baixa eram circundadas pelo Arroio Dilúvio, que anos mais tarde teve o seu curso alterado. A cidade era chamada de Baixa porque era assim que era vista pelos que ficavam nos altos da Duque de Caxias, no centro da cidade. Lá embaixo era zona de negros e italianos, blocos de carnaval, centros de religião. Lá ficava também a chácara de Lopo Gonçalves.
É tão esquisito quando o nome de uma rua se transforma numa pessoa de carne e osso, ou melhor, numa pessoa que já foi de carne e osso.... De repente, a Lopo vira o homem Lopo, nascido em Portugal, residente, comerciário e político em Porto Alegre, morto em 1872, um século antes do meu nascimento. Lopo Gonçalves, dentre outras mercadorias, vendia escravos. Por isso, a sua casa-chácara tinha uma alcova onde ficavam aqueles que não tinham liberdade... Alcova, palavra que se usa corriqueiramente - segredos de alcova - é um espaço onde não há janelas, portanto, sem luz solar direta. Vivendo, ouvindo e aprendendo coisas que já se julgavam aprendidas.
Também durante a caminhada, visitamos a Travessa dos Venezianos, tombada como patrimônio histórico, atitude que deveria ser tomada em relação a outros trechos de ruas e avenidas, que ficam a mercê da especulação imobiliária se não tiverem a devida e necessária proteção.

Last but not least, como bem pontuou o nosso guia arquiteto, conhecer uma cidade é também reconhecer a sua arquitetura e lutar pela sua preservação. Os espigões que arranham os horizontes da Cidade Baixa demonstram o descaso do Plano Diretor para com a história que nos cerca. Mas pensando bem, esse descaso não é só por parte das autoridades políticas... A sociedade civil muito pouco faz, pouco curiosa é, falta indignação e mobilização. Na verdade, falta algo que vem antes disso tudo que citei: falta conhecimento, pois sem ele não se sabe porque se está lutando.

obs. fotos de rodrigo shalako

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Europe 2009



Fui e voltei! Duas semanas que pareceram um ano, uma vida e ao mesmo tempo parece que nunca saí daqui. Como compreender os mistérios do tempo e da distância? Como administrar tudo que vi e vivi e voltar para a minha vida de sempre como se nada tivesse acontecido? Foram duas semanas de puro luxo, não o luxo do dinheiro, mas sim o luxo da alegria de estar presente em cada segundo do momento, luxo de reencontrar amigos em partes do mundo e com eles celebrar a amizade, fortalecer os laços, luxo é caminhar em ruas que são pura história e sentir na pele os anos que separam tudo aquilo que ali ocorreu e a minha estadia ali. Mais que luxo e sim benção é estar ao lado de duas amigas de adolescência, que me conhecem mais que eu a mim mesma, que estiveram presentes na minha história ao longo de mais de 20 anos. Estar ali, com elas, Dani e Silvia, é a certeza que amizades verdadeiras e duradouras existem, certeza que elas podem sobreviver ao tempo, aos caminhos diversos, às armadilhas do destino. Sou viajante na alma, sinto isso no momento que coloco a mochila nas costas e quando o avião decola. Gosto dos ares, das línguas diferentes, das novidades culinárias, dos desafios mais simples como pegar um trem ou pedir uma informação. Sinto-me renovada, inbutida de uma energia que para mim é vital, sintonia com o universo, sei lá. Vida é movimento e quando viajo coloco essa máxima em prática com todas as minhas forças e da forma mais natural e espontanea possivel...

domingo, 13 de setembro de 2009

Preparing for one more adventure


Well, now it's just a few days away... I'm already counting the hours... I look at my cats and I try not to cry. I think they can sense my anxiety, my excitement / sadness. I truly hope they will be fine during my trip. I never thought I could love two little animals so much.

Today I oficially start thinking more carefully about the trip: what clothes to pack, things I need to arrange, errands I need to run. I still need to get my credit card and buy my train ticket from Paris to Zurich where I'll meet my friends Dani and Silvia.

I'm a little upset about losing 5 hours upon my arrival in paris. This is a short trip, I need every minute I can afford! I have never arrived at Charles de Gaulle. the first time I went to Paris I came by bus from Holland. It was a funny experience: on the border with France, the bus stopped and a lot of policemen came in with dogs and began searching the passengers, looking probably for drugs! I was travelling with my best friend Norma, from the US. The bus dropped us in the middle of nowhere. It was snowing, we had no place to stay and it was early in the morning, nothing was open. Luckily we met a Brazilian guy who was going to a hostel, so we followed him along the empty cold streets of a very unglamourized Paris.

The second time was less traumatic. I arrived by train coming from Barcelona. On the train, I had met a group of Japanese girls and I became their "guide". Using my very limited French, I managed to get info for all of them including myself, because I needed to find my train to go to Charleville-Meziere.

This time, I'll get to see Paris from the air, and I'm looking forward to it! Paris is no stranger to me anymore. We have held hands, we have shared some ideas, thoughts and fears. This time my stay in Paris will be short, but for sure, not less intense!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

em breve.......... voar

tenho escrito pouco, deixando vazio esse espaço que eu mesma criei para exercitar... justamente a escrita. ando tão busy com trabalho, temporada de Teresinhas, afazeres domésticos e com minhas próprias dores e alegrias... que não sobra tempo para mim.
a viagem surgiu num papo de MSN com a Kni, amiga de infância, de colégio Israelita. Silvia, Kni e eu, viajando juntas depois de mais de 25 anos de amizade, best friends. O convite foi feito e eu comprei a ideia, mesmo que meu coração fique apertado de medo. Medo de que exatamente? Sei lá, o tempo vai passando e parece que o corpo e a alma vão ficando meio enrijecidos numa e´spécie de comfortable zone.
eu preciso tirar o mofo das milhas malas. enfrentar o isolamento, dar um basta à rotina. o mais dificil, sem sobras de dúvida, será me afastar da Minnie e da Fifi. Sinto que somos um só corpo às vezes, as crazy as it sounds... Já me transformei meio gata, elas entendem o meu "humanês"... Separar-me delas causa e causará dor. Mas a dor faz crescer. so they speak!
Ver a Lady Eiffel de novo me traz um sorriso. voilá!
novos mundos, novas aventuras.
the trip begins here!

terça-feira, 30 de junho de 2009

A morte de Pina

Foi com surpresa e desconfiança que li a mensagem sobre a morte de Pina Bausch hoje de manhã no Orkut. Mas pesquisei no jornal francês Le Monde e vi que infelizmente era verdade. De forma inesperada e rápida a coreógrafa havia morrido esta manhã.
Para quem dança e acompanha a história da dança contemporânea, é uma perda irreparável.
Desde muito jovem ouço falar da companhia de Pina e da junção entre dança e teatro que revolucionou a forma de se dançar.
Recentemente, tive a oportunidade de assistir um dos seus espetáculos aqui em Porto Alegre e fiquei muito emocionada, do princípio ao fim. Uma companhia de bailarinos maduros e heterogêneos, dançando em altíssimo nível, dando texto e nos emocionando.
Eu pelo menos me emocionei, chorei vendo algumas das cenas que tanto falavam do ser humano, falavam da vida e da morte.
Meu amigo Rooney e minha prima Ilana ainda conseguiram tirar uma foto com Pina. Eu, mais tímida, fiquei de fora olhando. Mas o que vi ficará marcado em minha alma... toujours.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

e que seja perdido o dia em que não se dançou uma única vez!


Dia Internacional da Dança


fonte: wikepedia


O Dia Internacional da Dança vem sendo celebrado no dia 29 de abril, promovido pelo Conselho Internacional de Dança (CID), uma organização interna da UNESCO para todos tipos de dança.
A comemoração foi introduzida em 1982 pelo Comitê Internacional da Dança da UNESCO. A data comemora o nascimento de Jean-Georges Noverre (1727-1810), o criador do balé moderno.
Entre os objetivos do Dia da Dança estão o aumento da atenção pela importância da dança entre o público geral, assim como incentivar governos de todo o mundo para fornecerem um local próprio para dança em todos sistemas de educação, do ensino infantil ao superior.
Enquanto a dança tem sido uma parte integral da cultura humana através de sua história, não é prioridade oficial no mundo. Em particular, o prof. Alkis Raftis, então presidente do Conselho Internacional de Dança, disse em seu discurso em 2003 que "em mais da metade dos 200 países no mundo, a dança não aparece em textos legais (para melhor ou para pior!). Não há fundos no orçamento do Estado alocados para o apoio a este tipo de arte. Não há educação da dança, seja privada ou pública".
O foco do Dia da Dança está na educação infantil. O CID alerta os estabelecimentos que contatem o seu Ministério da Educação com as propostas para celebrar este dia em todas escolas, escrevendo redações sobre dança, desenhando imagens de dança, dançando em ruas, etc. Enfim, manifestando em crianças e consequentemente nos adultos, a vontade e importância da dança arte na vida do ser humano

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Dica de cinema -Entre les murs




Quando cheguei em Paris pela primeira vez, vinha de ônibus da Holanda, era inverno e eu não tinha lugar para ficar, apenas uma lista de albergues. Minha amiga norte-americana Norma e eu descemos do ônibus em plena "outskirts" de Paris, às 6:00 da manhã, com mochila nas costas e ruas vazias e geladas pela frente. Começou a nevar. Mas não foi bonito... A paisagem era rude, estávamos com sono e fome, começamos a caminhar. Por sorte, não estávamos muito longe do albergue D'Artagnan e foi para lá que fomos.
Minha chegada à Paris, não foi nada glamurosa, assim como não o é "Entre les Murs". É um filme que retrata a realidade das salas de aulas de uma Paris cheia de diferenças e conflitos. Uma forte discussão sobre o ensino nos dias de hoje, não só na Europa mas no mundo todo, pois o filme embora retrate a França, não se propõe a restringir, pelo contrário, abre espaço para questionamentos pertinentes a todos nós.
Paris não é só Torre Eiffel, assim como o mundo não é só algodão-doce.

domingo, 15 de março de 2009

TERESINHAS - texto publicado no jornal ZH - 14/03/2009


TERESINHAS – GRUPO MEME
Angélica Bersch Boff
Porto Alegre, 06/03/2009
Vou começar pelo único problema, pois este foi o meu primeiro contato com o espetáculo. Trata-se do ponto inicial: o tema. E é um problema de percepção subjetiva – minha – e não do belo trabalho do Grupo Meme. Não gosto do tema “mulheres”. Além de super batido, me incomoda, me parece uma certa generalização muito rasa dividir o mundo em gêneros e, ainda, em dois gêneros. Por isto, e só por isto, o espetáculo já me incomoda. É preconceito meu, talvez...
Iniciou o espetáculo, e eu ali, chateada, desgostosa, principalmente porque os trabalhos do MEME sempre me tocaram muito. E positivamente. E a cada novo trabalho deles sou invadida por uma expectativa prazerosa nos dias que o precedem...
Com essa incomodação na minha casca – sem afetar o fruto – segui assistindo... sentindo... e pensando... e me vieram boas idéias sobre criações em cena... Talvez um dia falarei dessas idéias, talvez.
De repente, me vi tocada e emocionada com as minhas questões pessoais... particularmente com minhas questões de mulher, de namorada, profissional, amiga, filha e irmã. E com minhas questões de identidade. Chorei. Fui tomada de um arrepio, de uma fragilidade sobre minha vida diante daquele espetáculo.
Foi então que começaram a aflorar em minha mente as palavras para o Teresinhas. Parecido com a dança das bailarinas, minhas palavras podiam acompanhar seus movimentos, como se estivessem flutuando e dançando sobre o mover de seus braços. Aliás, descobri que as palavras dançam! – em minha mente. Elas dançam assim: delicadeza, mil vezes delicadeza. Sensibilidade... mas nada de emocionalismos e sensibilidades melosas. Trata-se de sentimentos e sensações verdadeiros e tocantes. Porque são apresentados com simplicidade e veracidade, assim como o são no dia-a-dia de todos nós. Uma sensibilidade profunda, mas simples.
O espetáculo Teresinhas fala muito com sua dança, mas são falas sem palavras, e sem significados precisos. Cala fundo, e fala todas as línguas. É subjetivo e tem várias margens, como toda a arte. Não precisa falar, precisa dançar.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Inquietações Improvisadas


Movida pelos últimos acontecimentos e pela música de Madredeus me pergunto incessantemente e quase sempre não encontro respostas. O workshop com o Márcio semana passada e o curso de Máscaras com Liane Venturela em janeiro provocaram tremores no meu eu-artista. Estar sempre em "abismo" para criar/viver faz sofrer, cria úlceras reais e no plano das emoções, feridas abertas que sangram porque ............... por que assim sou? Por que sofrer faz parte do meu processo de criação, do meu modo de viver? Como dar conta desse mundo que nunca pára sem se perder numa esquina qualquer ou ficar em casa remoendo os seus monstros, na total não-ação física?

Perdão... Peço perdão por tudo aquilo que almejei e não atingi... Por ter sido a aluna brilhante que não se transformou na médica dos sonhos do pai. Não tive 5 filhos nem moro na Europa. Mas peço respeito pela trajetória de artista/pessoa que construo todos os dias quando o escuro toma conta e tudo o que quero é criar uma nova página que seja autêntica e que deixe marcas de amor pela vida e pelas pessoas que co-habitam esse bizarro mundo em que vivemos.